O uso de analgésicos de forma indiscriminada pode gerar consequências sérias, inclusive a dependência. A Sociedade Brasileira de Cefaleia indica o uso de remédios apenas oito vezes por mês em casos de dores de cabeça, por exemplo. Além disso, "o uso cotidiano é problemático porque adia o diagnóstico da causa da dor", explicou Paulo Renato da Fonseca, diretor científico da Sociedade Brasileira de Estudos para a Dor (SBED).

Os antitérmicos, que são utilizados para alívio da gripe, mascaram a febre, que é um sintoma que indica infecção. Já os anti-inflamatórios diminuem a quantidade de sangue que passa pelos ruins, e se excesso pode causar problemas na diálise, além de aumentar o risco de alergias.

Conforme explicado por José Oswaldo de Oliveira Junior, da SBED, quase todo analgésico é capaz de gerar dependência: "O organismo aprende a lidar com a medicação. O efeito do remédio pode se reduzir com o tempo e, se suspenso de repente, pode causar sintomas de abstinência"

Ele ressalta ainda que muitos casos de abuso do uso de analgésicos vêm de pacientes com dores crônicas que acabam fazendo automedicação. "Antigamente, você recebia de troco na farmácia analgésicos. Mas a automedicação é perigosa. É importante só fazer o uso de analgésicos sob prescrição, até os de baixo risco", disse.

Algumas medidas, no entanto, podem ser tomadas como alternativas para o alívio das dores, de modo a evitar o uso abusivo de medicamentos. Nas "clínicas da dor", aprende-se a relativizar o problema para diminuir seu impacto no dia a dia. "O paciente com dor crônica tem também sofrimento psicológico, emocional, social e isso deve ser levado em conta", diz Paulo Renato da Fonseca, da SBED. Entre os tratamentos que podem ser boas alternativas como auxiliares que evitam o excesso de analgésicos, podemos citar:

- Hipnose:
Com hipnoterapia, o paciente acessa o subconsciente para controlar a intensidade da dor.

- Acupuntura:
A prática tradicional chinesa, em que agulhas são aplicadas em pontos específicos do corpo, alivia dores e tensões.

- Cromoterapia:
As cores exercem diferentes efeitos sobre o corpo e ajudam no relaxamento e no equilíbrio emocional.

- Musicoterapia:
A música tem qualidades terapêuticas que ajudam a reduzir dores tensionais.

- Yoga:
Há posturas específicas da Yoga para aliviar diferentes tipos de dor. Estudo realizado na Universidade de Montreal, Canadá, comprovou que a meditação diminui a sensibilidade à dor.


Fonte de conteúdo e imagem: O Dia