O Diabetes Mellitus ou Diabetes Melito é um distúrbio metabólico crônico, cuja característica é a elevada concentração plasmática de glicose na corrente sanguínea, ou seja, a glicose (um monossacarídeo) não consegue entrar na célula, sendo que não ocorrem às reações metabólicas necessárias para síntese de energia. Este distúrbio é ocasionado pela deficiência ou pela resistência dos tecidos periféricos à insulina, sendo este o fator diferencial entre o Diabetes Mellitus tipo I e II. A insulina é um importante hormônio sinalizador da chegada de glicose na corrente sanguínea, sendo liberado principalmente quando há ingestão de carboidratos na alimentação.

O diabetes mellitus tipo I, também conhecido como Diabetes Mellitus Juvenil ou Insulino- dependente eventualmente é herdado geneticamente e normalmente é descoberta até os 18 anos de idade; os pacientes com este distúrbio apresentam deficiência na produção de insulina pelas células beta das ilhotas de Langerhans, localizadas no pâncreas. Esta deficiência segundo estudos se dá por um processo inflamatório que gera lise nas células betas e assim não há produção de insulina. Em alguns casos, quando não é herdado geneticamente, há indícios de que ao longo da infância ocorram processos infecciosos no pâncreas que induza a destruição das células betas.

Com a ausência de insulina, parte da glicose que é ingerida não chega aos tecidos e a célula passa a ficar sem energia e os processos metabólicos começam a ficar desregulados. Estes pacientes apresentam baixo peso devido a esta desregulação metabólica.

A diabetes mellitus tipo II é conhecida como a diabetes mellitus tardia ou adulta é caracterizada por extrema resistência dos tecidos à insulina, ou seja, o pâncreas consegue produzir normalmente a insulina, porém o corpo não consegue reconhecer os aminoácidos presente no hormônio, assim, as células não são sinalizadas com a chegada da insulina e ficam sem energia, gerando também o acúmulo da glicose na corrente sanguínea. Os pacientes que são acometidos pela diabetes tipo II possuem histórico de obesidade, sendo esta uma das causas para o desenvolvimento deste distúrbio.

PRINCIPAIS SINAIS

Para ambos distúrbios os sinais são os mesmos, sendo os principais:
- Poliúria (vontade constante de urinar);
- Polidpsia (intensa sede);
- Polifagia (fome constante)

Todos estes sinais ocorrem devido a necessidade que a célula tem em conseguir energia. Como a corrente sanguínea possuí muito sólido (glicose), a célula realiza o processo de osmose para equilibrar o meio, liberando água de seu interior para ficar equilibrada com o sangue. Com isso a pessoa sente necessidade de urinar mais, porém eliminando água há sede.
Já a fome se dá devido a não chegada de glicose na célula, portanto a célula sente fome e tenta avisar todo o corpo desta necessidade.

TRATAMENTO DO DISTÚRBIO

Esta importante diferença entre esses dois tipos de diabetes mellitus é crucial para a escolha do tratamento farmacológico e não farmacológico ideal para cada tipo de paciente. [/p]

Pacientes portadores da diabetes mellitus tipo I devem obrigatoriamente realizar diariamente aplicação sub cutânea de insulina para que haja diminuição nos valores glicêmicos na corrente sanguínea. Além disso, deve realizar dieta alimentar, alimentando-se a cada 3 horas para que tenha fontes energéticas disponíveis para as células, diminuir na quantidade de carboidratos para que não haja acúmulo de glicose.

Enquanto que na diabetes mellitus tipo II, inicialmente deve-se realizar acompanhamento nutricional para reeducação alimentar, afim de diminuir a resistência á insulina, seguido de exercícios físicos. A longo prazo, alguns pacientes podem não responder a este tratamento não farmacológico, sendo necessário a introdução de medicamentos hipoglicemiantes orais, que irão ajudar a diminuição da glicose na corrente sanguínea e que ajudarão a tornar as células mais sensíveis a insulina. Dentre estas medicações, podem-se citar as duas principais classes utilizadas atualmente: as biguanidas (ex.: metformina) e as sulfonilureias (ex.: glibenclamida, gliclazida, entre outros).

Em alguns casos, pacientes portadores deste tipo de diabetes passam a desenvolver insuficiência pancreática e há diminuição na produção de insulina, sendo necessário a introdução de insulina no tratamento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O diabetes mellitus tem atingido milhares de pessoas no mundo todo, considerado um problema de saúde pública que precisa de extrema atenção e foco no tratamento, já que é uma doença que ainda não tem cura e que também tem gerado problemas na economia mundial. [/p]

A importância dos exames periódicos e do acompanhamento clínico é o ponto crucial para diminuição dos óbitos ou do tratamento tardio.

Fonte: Epidemiologia e Serviços de Saúde