Durante dezessete anos presidi o Conselho Federal de Farmácia, em Brasília, elevando o patamar de representatividade da profissão: reconhecido no Brasil e no exterior. Este reconhecimento me deu nove títulos de cidadania e mais de 480 convites para paraninfar formaturas de farmacêuticos.

Deixei o Conselho Federal de Farmácia em dezembro de 2011, retornando ao serviço profissional da minha farmácia, acreditando no profissional e no serviço que pregamos. Alegrei-me pelo retorno, mas sofro e me revolto pelo que ainda precisamos fazer, ou seja, avançar mais através de uma renovação maior e persistente. outra questão que justifica a necessidade de renovação é que o perfil do profissional mudou radicalmente nos últimos anos.

A profissão farmacêutica foi legalmente regulamentada em 1960 através da Lei 3.820. Entre 1960 e 2000 formaram-se em Goiás aproximadamente 3.000 mil farmacêuticos, que, aumentarão mais 3.000 mil até 2015, assim enquanto o perfil mudou, os nossos revolucionários continuaram com as mesmas práticas alcançadas e hoje já ultrapassadas pelo que a Anvisa pretende, ou seja, retirar a autonomia de dispensação do farmacêutico, quanto aos antibacterianos, na retenção da receita. Retirou a autonomia do serviço farmacêutico, colocando a população refém de uma receita médica.

É um absurdo que as entidades que representam o farmacêutico aceitam passivamente esta imposição da Anvisa. A única orientação do Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás foi mandar os farmacêuticos cumprirem a determinal sem um questionamento sequer. A atual presidente do CRF-GO diz ser contra a prescrição farmacêutica e a nossa autonomia de dispensação como fica, quando a dispensação do medicamento é exclusiva do farmacêutico?

Mesmo assim todo nosso trabalho de renovação do CFF e CRF-GO, muitoainda se têm de construir, não pensando apenas na troca de pessoas, mas principalmente no trabalho efetivo do farmacêutico lutando pela sua ação direta, pois o órgão de regulamentação obriga a população a portar uma receita, a qualquer não lhe é dado o acesso. Precisamos, farmacêuticos, população, nos levantarmos contra esta interferência da Anvisa.

As únicas propostas que ouvi foi a do CFF quanto à prescrição farmacêutica e do presidente da Feifar, o jovem Danilo Caser, pretendendo a tarja azul para antibacterianos, sob os cuidados do farmacêutico, capaz para isto. Nessa tarja ou no ato de dispensação farmacêutica possa estar os antimicrobianos de uso tópico ou de primeira escolha para tratamentos comuns, como os de garganta.

E como ficaria o produto similar, que hoje cumpre todos os testes de qualidade? Para que as entidades não se misturem num acordo comum em prejuízo da população e de saúde brasileira: temos de renovar sim.

(Jaldo de Souza Santos; Conselheiro Federal de Farmácia pelo Estado de Goiás)

Fonte: DM.