Criado há 35 anos com o objetivo de coordenar a coleta, a compilação, a análise e a divulgação dos casos de intoxicação e envenenamento notificados no Brasil, o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) - ligado ao Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnologia em Saúde (Icict/Fiocruz) - lançou um novo site. Além da mudança no layout, a plataforma de dados foi ampliada em razão da diversidade do público de interesse, que vai desde crianças até pesquisadores. A reformulação do site é a primeira meta prevista no projeto "Sinitox: fortalecendo o Sistema Nacional de Vigilância em Saúde", apoiado pela Fiotec.

Além da disposição do conteúdo de forma mais amigável, o espaço possibilita que a consulta na plataforma de dados seja realizada de maneira mais eficiente. É possível, por exemplo, acessar os registros de óbitos por agente tóxico (medicamentos, agrotóxicos, alimentos, etc.), de acordo com o ano, região, circunstâncias e outras variáveis, dando mais autonomia ao usuário.

O site também publica materiais de divulgação e educativos que ensinam, de forma didática, a prevenção de acidentes com produtos tóxicos, plantas e animais peçonhentos. Há, ainda, uma maquete que mostra os perigos que existem em casa relacionados a intoxicações domésticas com as crianças. Segundo a coordenadora do Sinitox, Rosany Bochner, "as crianças menores de 5 anos são as maiores vítimas de casos acidentais e, portanto, passíveis de prevenção".

Os registros do sistema são realizados pelos Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Ciats), localizados em vários estados brasileiros, parte deles integrantes da Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Renaciat). Os Ciats são responsáveis por orientar a população e os profissionais de saúde sobre os procedimentos a serem seguidos nos casos de intoxicação. Por meio do site do Sinitox, também é possível pesquisar o telefone do centro mais próximo.

Intoxicação por medicamentos é mais frequente, mas agrotóxicos preocupam

A intoxicação por medicamentos é a mais frequente, segundo o Sinitox, seguida dos acidentes por animais peçonhentos e produtos de limpeza. Porém, os agrotóxicos de uso agrícola, segundo Rosany, apresentam a maior letalidade, são os responsáveis pela mais parte dos óbitos registrados pelo Sinitox. A coordenadora levantou um problema grave: a subnotificação ou notificação irregular dos óbitos causados por esses agravos.

A exposição ocupacional a agrotóxicos atinge em especial agricultores, que podem ser afetados pela manipulação direta ou por meio de armazenamento inadequado, reaproveitamento de embalagens, roupas contaminadas ou contaminação da água. Contudo, trabalhadores da agricultura e pecuária, de saúde pública, de firmas desintetizadoras, de transporte e comércio dos agrotóxicos, de indústrias de formulação de agrotóxicos são os principais profissionais sujeitos à exposição ocupacional a agroquímicos.

O tema foi objeto de um artigo e reportagens especiais. Mais detalhes foram divulgados no site do Icict/Fiocruz.

Fonte: Fiotec