Um tipo de vacina previamente estudada para tratar a pressão arterial elevada tem o potencial de proteger o cérebro quando administrada após um acidente vascular cerebral (AVC), dá conta um estudo apresentado na Conferência Internacional Sobre AVC 2016, organizada pela Associação Americana do AVC.

No estudo, os investigadores da Universidade de Tóquio, no Japão, testaram uma vacina peptídica que tem por alvo um hormônio conhecido como angiotensina II (Ang II), que desempenha um papel central na pressão arterial elevada.[p]

Estudos anteriores realizados pela mesma equipe de investigadores já tinham constatado que a vacina diminuía a pressão arterial num modelo de ratinho para a hipertensão, não afetando a pressão arterial dos animais com valores de pressão arterial normais. O hormônio também tem sido associado ao prognóstico dos pacientes após um AVC isquêmico.[/p]

Para o estudo, os investigadores injetaram a vacina em 53 ratinhos machos em três momentos distintos: as quatro, seis e sete semanas de idade. A um segundo grupo de ratinhos foi administrada uma solução de soro fisiológico nos mesmos intervalos de tempo.Os investigadores mediram os níveis de anticorpo anti-Ang II no sangue e no cérebro dos ratinhos que tinham recebido a vacina e que sofreram um AVC. Verificou-se que, comparativamente com os animais que apresentavam níveis baixos de anticorpo no sangue, os animais com níveis mais elevados de anticorpos anti-Ang II no sangue tinham mais anticorpos desse tipo no tecido funcional do lado do cérebro onde tinha ocorrido o AVC. Observou-se ainda que os ratinhos vacinados que produziam níveis mais elevados de anticorpo apresentavam menos danos no cérebro e um menor número de neurônios degenerados.

Os investigadores concluíram que, uma vez que a vacina com o peptídeo Ang II é de longa duração, tem efeitos anti-inflamatórios e parece proteger após um bloqueio dos vasos sanguíneos, tem o potencial de funcionar como um tratamento da pressão arterial elevada e prevenção do AVC.

Fonte: Farmacêutica Curiosa