Em julho de 2017, o autoteste de HIV começou a ser vendido nas farmácias de todos os estados brasileiros. O Brasil é o primeiro país da América Latina a disponibilizar o autoteste. A principal funcionalidade do autoteste é detectar a presença do vírus HIV no organismo, assim aumentar a capacidade de diagnóstico do vírus. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a principal meta é identificar a presença do HIV em 90% das pessoas infectadas para 2020.

O teste

O autoteste foi desenvolvido pela empresa nacional Orange Life, podendo ser feito em casa e dando o resultado de forma rápida e com uma sensibilidade e efetividade de 99,9%, ou seja, ele é capaz de apontar corretamente a infecção pelo vírus causador da Aids em 99,9% das vezes. A infecção só pode ser detectada a partir de cerca de 30 dias após a exposição ao vírus - seja por relação sexual, transfusão de sangue, compartilhamento de seringas ou outras formas de transmissão do HIV -, pois o corpo demora entre 3 e 12 semanas para produzir uma quantidade suficiente destas moléculas de defesas para a detecção.

Como funciona?

O teste diagnostica de maneira simples e rápida anticorpos contra HIV ½ por punção digital e através da coleta de gotas de sangue, semelhante ao teste para medição da glicose por diabéticos. O teste produz o resultado de 15 a 20 minutos após o sangue entrar em contato com o reagente. O resultado aparece com linhas que indicam se há ou não a presença de anticorpos do vírus. Porém, o autoteste positivo não é o diagnóstico final, funcionando como triagem, após isso devem ser feitos novos testes confirmatórios em uma unidade de saúde. Se o autoteste der negativo, a recomendação é de que ele seja repetido 30 dias depois e, frente a um novo negativo, esperar mais 30 dias e realizar o novo exame.

Onde encontrar?
Os autotestes podem ser encontrados nas farmácias brasileiras entre R$60 e R$70 e sem receita médica. O ACTION (nome batizado do exame) inclui o dispositivo de teste, um líquido reagente, uma lanceta (especificamente para furar o dedo), um sache de álcool e um capilar (tubo para coletar o sangue). O produto não será comprado pelo Ministério da Saúde para ser disponibilizado em unidades de saúde devido ao seu preço.

Tratamento

Segundo a diretora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Valdiléa Veloso, o teste será importante para que os soropositivos possam começar o tratamento mais cedo, o que permite uma melhor qualidade de vida: "Se forem diagnosticadas e tratadas precocemente, a expectativa de vida [das pessoas com HIV] é semelhante à da população em geral. Então, é importante que elas se testem".

Para Valdiléia, a chegada do autoteste e a adoção da profilaxia pré-exposição, tratamento em que remédios consumidos regularmente reduzem a chance contágio, completam o leque de prevenção ao HIV no país. "As barreiras ainda continuam sendo o preconceito e a discriminação, e isso faz com que as pessoas não se abram para conversar sobre risco, prevenção. Isso principalmente com o retardo do diagnostico".

Fontes de conteúdo: Agência Brasil, Guia da Farmácia
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