O Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás (CRF) vem à presença dos farmacêuticos e da sociedade reiterar sua grave preocupação com a tentativa de precarização do ensino de Farmácia. O decreto que autorizou a graduação de farmácia no modelo de ensino a distância (EAD) representa um grande retrocesso para a saúde pública no Brasil. É preciso reafirmar que o farmacêutico, assim como os demais profissionais da saúde, trabalha com a vida das pessoas, uma responsabilidade diretamente ligada à qualidade.



É falacioso o argumento de que o CRF-GO é avesso às tecnologias, que podem sim auxiliar o processo educacional. Condenamos, isto sim, a autorização de se ministrar pelo computador disciplinas que exigem o contato direto com o paciente. Se já é falha a fiscalização e o controle de qualidade dos cursos presenciais, o que dizer de cursos virtuais, que, não raro, se prestam ao interesse meramente comercial.


Não há tecnologia capaz de substituir o contato do farmacêutico com o seu paciente. Isso é fundamental para a qualificação técnica e, acima de tudo, para a formação humanista, imprescindível a todo e qualquer profissional de saúde.

Não bastassem os aspectos que negligenciem a qualidade em favor da mercantilização, o ensino a distância surge para inundar o mercado já fortemente saturado. Uma avalanche de novos profissionais ameaça precarizar ainda mais as relações de trabalho no segmento, resultando em baixos salários e condições de trabalho inadequadas. É contra isso que o CRF-GO se levanta, conclamando não só o farmacêutico, mas também a sociedade a se engajar nesta luta, uma vez que é a população a destinaria final do trabalho deste profissional.


A reputação do segmento de farmácia foi construída a duras penas ao longo de décadas de árduo trabalho de aprimoramento do ensino, de rigor na fiscalização e do esforço de muitos e bravos profissionais pioneiros. Não podemos permite que esse legada se perca.



Fonte de texto: Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás

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