O aumento diário de casos do novo coronavírus no Brasil e no mundo traz o questionamento sobre quando a vacina será produzida e distribuída para a população. Diante desse contexto, executivos da indústria farmacêutica estão otimistas, mas alertam que os desafios serão imensos para produzir e distribuir bilhões de doses necessárias.


As pesquisas e estudos que estão sendo realizados pelo mundo para uma possível descoberta da vacina contra o Covid-19, já contam com mais de 100 laboratórios, nos quais, correm contra o tempo para produzir uma, ou várias, vacinas para combater a doença. Destes, somente dez alcançaram a fase de testes em humanos até o momento.

De acordo com entrevista concedida pelo diretor geral da AstraZeneca, Pascal Soriot, a expectativa de várias pessoas é que se consiga uma ou várias vacinas até o final deste ano.


A empresa britânica está associada à Universidade de Oxford para a produção e a distribuição da próxima vacina no mundo todo. Albert Bourla, diretor da Pfizer, que organiza testes clínicos com a empresa alemã Biontech, também acredita em que será possível obter uma vacina antes de 2021. "Se tudo correr bem, e os astros se alinharem, teremos testes suficientes de segurança e eficácia para poder ter uma vacina até o fim de outubro", declarou.

A empresa britânica está associada à Universidade de Oxford para a produção e a distribuição da próxima vacina no mundo todo. Albert Bourla, diretor da Pfizer, que organiza testes clínicos com a empresa alemã Biontech, também acredita em que será possível obter uma vacina antes de 2021. "Se tudo correr bem, e os astros se alinharem, teremos testes suficientes de segurança e eficácia para poder ter uma vacina até o fim de outubro", declarou.

Normalmente, é necessário esperar vários anos para que uma vacina esteja disponível para comercialização, mas, devido a pandemia do novo coronavírus as vacinas experimentais que sejam seguras e eficazes poderão ser lançadas em prazos recordes.

No entanto, a Federação Internacional da Indústria de Medicamentos (IFPMA) se atenta sobre isso e acredita que a produção e a distribuição de vacinas enfrentam desafios "gigantescos". Um deles, paradoxalmente, é que os índices de transmissão do vírus registrem uma queda rápida na Europa, onde acontecem vários testes médicos.

Vacina contra o Covid-19


Soriot, destaca que os estudos, nos quais os voluntários se expõem intencionalmente ao vírus para medir a eficácia de uma vacina, não são eticamente aceitáveis no caso da COVID-19. Ele ainda se preocupa com a situação e diz que os índices serão muito frágeis para constatar seus efeitos em um meio natural. "Não temos muito tempo", ressalta.

Até o momento o novo coronavírus provocou mais de 360 mil mortes e contaminou pelo menos 5,8 milhões de pessoas no mundo desde seu surgimento na China, no fim de dezembro passado.

Duas doses por pessoa


Algumas estimativas feitas levam a crer que o mundo vai precisar de duas doses de vacina por pessoa, ou seja, a quantia de 15 bilhões. Seria um verdadeiro quebra-cabeças logístico, segundo o diretor da IFPMA, Thomas Cueni. A indústria farmacêutica se comprometeu a garantir uma distribuição equitativa das vacinas validadas, porém "não teremos as quantidades necessárias no primeiro dia, mesmo trabalhando de maneira extra", admite Cueni.

Além disso, Soriot, ressalta que no momento que a vacina estiver disponível, será necessário o armazenamento em pequenos frascos de vidro. "Mas não existem frascos suficientes no mundo" ressalta.


A empresa AstraZeneca e outros grupos estudam a possibilidade de armazenar várias doses por recipiente. Entretanto, Paul Stoffels, número dois e diretor científico da Johnson & Johnson, afirma que, caso 15 bilhões de doses sejam necessárias, várias vacinas devem ser autorizadas para suprir a demanda inicial.

Paul Stoffels também destaca que com base em suas características todas as vacinas elaboradas podem não ser adequadas para todos. Ainda esclarece que certas vacinas precisam ser armazenadas com temperaturas muito reduzidas, o que não é possível em todas as regiões.

Apesar de assumirem o impertativo sobre a distribuição universal da vacina, os executivos da indústria farmacêutica são unânimes em defender a propriedade intelectual sobre suas inovações. "É absolutamente fundamental em nosso setor", ressalta a presidente da GSK, Emma Walmsley.

De acordo com Soriot os laboratórios investem bilhões, sem ter a certeza de recuperar o dinheiro. "Isso porque se a propriedade intelectual não for protegida, ninguém terá interesse em inovar", afirma.


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Fonte: Guia da Farmácia

Imagem: Pete Linforth via Pixabay