Os suplementos vitamínicos, artificiais ou naturais, podem afetar o funcionamento dos medicamentos tradicionais. A conclusão é de um levantamento de vários estudos sobre o tema, realizado pelo Dr. Hsiang-Wen Lin, da Escola Chinesa de Medicina, em Taiwan. Lin e sua equipe revisaram 54 artigos científicos e 31 estudos de campo. Eles encontraram os principais sinais de interações adversas dos medicamentos com suplementos de magnésio, cálcio e ferro, além das plantas medicinais ginkgo biloba e erva de São João.

A literatura médica analisou as interações entre 213 compostos minerais, vitamínicos ou fitoterápicos e 509 medicamentos comerciais, documentando 882 interações. Os riscos potenciais da interação entre medicamentos tradicionais e suplementos geralmente resultam em situações brandas, como dores no peito, dores abdominais e dores de cabeça, mas há também relatos de problemas mais sérios, como problemas do coração.

Mais de 42% das interações foram causadas porque os suplementos alteraram a farmocinética dos medicamentos - o processo pelo qual a droga é absorvida, distribuída, metabolizada e eliminada pelo corpo. Entre as 152 contraindicações identificadas pelos pesquisadores, as mais frequentes envolvem o sistema gastrointestinal (16.4%), sistema neurológico (14.5%) e doenças genito-urinárias (12.5%).

Os medicamentos varfarina, insulina, aspirina digoxina e ticlopidina foram os medicamentos com maior número de relatos de interações com os suplementos. Entre os fitoterápicos, as interações negativas ocorreram mais comumente com linhaça, equinácea e ioimbina.

Fonte: Comunidade Farmácia Brasileira