A partir de segunda-feira, 38,4 mil pessoas de 245 municípios serão entrevistadas para a primeira pesquisa que vai revelar como o brasileiro faz uso de medicamentos. A chamada Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos (Pnaum) levantará temas como a automedicação e acesso aos produtos no Sistema Único de Saúde (SUS), dentre outros. A pesquisa será realizada em duas etapas. Até o fim do ano, os entrevistadores visitarão domicílios para traçar o perfil de consumo dos usuários de remédios.

No ano que vem, em outra fase do estudo, serão entrevistados pacientes em postos de saúde, médicos, pessoal responsável pela distribuição de remédios e até secretários municipais de saúde."O medicamento é um insumo de uma estratégia de saúde e não apenas um fim em si mesmo ou uma estratégia de mercado", explicou o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha.

"Hoje, 10 mil internações por ano ocorrem por intoxicação medicamentos", alertou o secretário. "É o problema que a gente quer combater." Com base no retrato unificado em uma mesma metodologia, o Ministério da Saúde poderá desenvolver com mais eficiência as políticas públicas voltadas para o setor. Hoje, o governo se baseia em levantamentos pontuais, realizado com métodos diferentes. Os resultados da primeira etapa deverão ser divulgados em fevereiro de 2014.

O trabalho de apuração será realizado por 140 entrevistadores em campo, que serão analisados por professores-pesquisadores de 12 instituições parceiras, entre universidades públicas, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Os trabalhos serão coordenados pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Outra intenção do estudo é revelar como ocorre o acesso aos medicamentos no SUS, pelo programa Farmácia Popular e pelas drogarias privadas; se há variação no acesso aos remédios de acordo com condições sociais, econômicas e demográficas; além da avaliação dos serviços de assistência farmacêutica na Atenção Básica. A pesquisa contará com um investimento de R$ 9,4 milhões.

Fonte: Comunidade Farmácia Brasileira