O Ministério da Saúde informou que o Sistema Único de Saúde (SUS) vai oferecer pela primeira vez, a partir de janeiro de 2015, um medicamento para tratar os sintomas de autismo. Conhecido como Risperidona, o medicamento vai auxiliar na diminuição das crises de irritação, agressividade e agitação, sintomas comuns em pacientes com a doença. De acordo com o governo, o medicamento deve beneficiar cerca de 19 mil pacientes por ano.

— A medicação é liberada para o autismo há muitos anos. Ele é um medicamento excepcional, de primeira linha — comemorou o psiquiatra infantil Fábio Barbirato. — É importante frisar que é apenas para um sintoma do transtorno, que é a explosão emocional. Não tem remédio nem dieta para o autismo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 70 milhões de pessoas no mundo tenham o distúrbio. No Brasil, a estimativa é de este número alcance dois milhões de pessoas. O ministério informou que vai investir R$ 669 mil para a compra da Risperidona.

A inclusão de medicamentos no SUS obedece às regras da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), que exige comprovação da eficácia, custo-efetividade e segurança do produto por meio de evidência clínica consolidada e assim garante a proteção do cidadão que fará uso do medicamento. Após a incorporação, o medicamento ou tecnologia pode levar até 180 dias para estar disponível ao paciente.

De acordo com Barbirato, a Risperidona é indicada no mundo inteiro e já é usada nos consultórios privados há algum tempo.

— Na rede pública, havia somente o antipsicótico Haldol, mas ele pode causar uma série de efeitos colaterais, como problemas hepáticos ou movimentos repetitivos nos membros — afirmou.

O médico complementou, ainda, que o novo medicamento disponível no SUS é indicado para crianças a partir dos 5 anos. No entanto, ressaltou que não são todas as crianças autistas que têm necessidade de tomar a Risperidona, já que nem todas demonstram os sintomas que são controlados pelo remédio.

O autismo aparece nos primeiros anos de vida. Apesar de não ter cura, técnicas, terapias e medicamentos, como o Risperidona, podem proporcionar qualidade de vida para os pacientes e suas famílias.

Fonte: O Globo