Estudos sugerem que o uso de antibióticos durante a gravidez e a infância aumenta o risco de asma, mas uma pesquisa sueca de larga escala revelou evidências de que as duas coisas não estão relacionadas.

Pesquisadores acompanharam 493.785 crianças, incluindo 180.894 irmãos, do início da gravidez até a idade escolar. Mais de 20% delas foram expostas a algum tipo de antibiótico ainda no útero, e 62%, durante a infância. Ao todo, 6% das crianças apresentavam quadro asmático.

O estudo, publicado na revista científica BMJ, revelou uma correlação inicial entre o uso de antibióticos e a asma, mas essa associação desaparecia quando os pesquisadores observavam os irmãos. Não havia diferença clara entre a ocorrência de asma entre irmãos que tomaram e não tomaram antibióticos, o que sugere que outros fatores estejam em ação.

Segundo os autores, o diagnóstico da asma pode ser confundido com o de alguma doença respiratória, o que levaria a um tratamento com antibióticos. Quando a asma finalmente aparece, os antibióticos são erroneamente identificados como uma das causas. Os pesquisadores também não encontraram relação entre asma e antibióticos utilizados no tratamento de infecções na pele e no trato urinário.

O estudo não testou outras possíveis causas da asma.

– Nós não observamos outros fatores. Mas acreditamos que os resultados anteriores possam ser enviesados por fatores ambientais e genéticos compartilhados entre as famílias – afirmou Anne K. Ortqvistm, do Instituto Karolinska, em Estocolmo, e líder do estudo.

Fonte: Zero Hora