O Ministério da Saúde apresentou a campanha nacional de vacinação contra a gripe, que começará no dia 4 de maio. O objetivo é imunizar pelo menos 39,7 milhões de pessoas. A vacinação este ano inicia com algumas semanas de atraso. A campanha estava prevista para abril, mas, segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro, foi preciso adiá-la para que fosse incorporada a proteção contra um novo tipo de vírus em circulação no hemisfério norte.

Serão disponibilizadas 54 milhões de doses para a imunização de 49,7 milhões de brasileiros. A meta é atingir 80% do público-alvo — crianças de seis meses a cinco anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais, trabalhadores da saúde, índios, gestantes, mulheres que tiveram filhos há no máximo 45 dias, presidiários, funcionários do sistema carcerário e portadores de doenças crônicas — até 22 de maio, o que resulta em 39,7 milhões de pessoa. A criança vacinada pela primeira vez precisa tomar uma segunda dose 30 dias depois da primeira.

No ano passado, o ministério prorrogou a campanha porque não conseguiu atingir o objetivo de vacinar 80% no prazo determinado. Só depois de estender a vacinação é que se chegou à meta estipulada. O ministério negou que uma possível prorrogação agora, combinada ao começo mais tardio da campanha, vá prejudicar a imunização antes da chegada do inverno.

— Trabalhamos com uma margem segura. O pior cenário seria utilizar uma vacina velha, que não daria proteção — avaliou Chioro, afirmando ainda que está intensificando a campanha de comunicação e mobilização para vacinar mais pessoas dentro do prazo.

— Não estamos falando de atraso. Todo ano temos que vacinar entre abril e maio. Se você não tem mudança de cepa, como ano passado, a vacina pode ser liberada mais cedo. Se tem mudança de cepa, ela vai demorar um pouco mais. Mas isso não significa atraso, que seria começar em junho — acrescentou a coordenadora-geral do Programa Nacional de Imunizações da Secretaria de Vigilância em Saúde, Carla Domingues.

Segundo o ministério, a vacina usa vírus inativado (morto) e não há perigo de desenvolver a doença após ser imunizado. As reações são leves, se resumindo no geral a dor no local de aplicação. De acordo com a pasta, a vacinação pode reduzir entre 32% e 45% o número de hospitalização por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da gripe. Segundo o ministério, houve 326 mortes provocadas pela doença no ano passado no Brasil. O estado em que a mortalidade foi maior foi Mato Grosso: 1,12 óbito por grupo de 100 mil habitantes.

— Há muito boato de que tomei vacina e fiquei gripado. Mas a doença mais comum é o resfriado comum, provocado por outro vírus. A proteção contra essas três cepas, que provocam casos mais graves, com internação, com morte, está garantida — disse Chioro.

O corpo leva em média de duas a três semanas para criar os anticorpos que protegem contra a doença. Assim, é importante se vacinar cedo para garantir a imunização até o inverno, quando há mais casos de gripe. O período de maior circulação do vírus vai do final de maio até agosto. Quem tem alergia a ovo precisa consultar um médico antes de se vacinar.

O corpo leva em média de duas a três semanas para criar os anticorpos que protegem contra a doença. Assim, é importante se vacinar cedo para garantir a imunização até o inverno, quando há mais casos de gripe. O período de maior circulação do vírus vai do final de maio até agosto. Quem tem alergia a ovo precisa consultar um médico antes de se vacinar.

A vacina garante proteção contra três subtipos do vírus: A/H1N1, A/H3N2, e influenza B. Segundo o ministério, são os subtipos determinados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). As doses custaram R$ 487,6 milhões. Ao todo, 240 mil profissionais vão participar da campanha. O Rio Grande do Sul já começou a vacinação, antes mesmo da campanha nacional.

Também foi lançada a campanha publicitária para divulgar a vacinação. Haverá filme para TV, peças para rádio e anúncios de revista e de rua. Serão investidos R$ 10 milhões.

Fonte: O Globo