O Ministério da Saúde lançou uma pesquisa inédita, no País, sobre o acesso da população a medicamentos. A Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos (PNAUM) está entrevistando 38,4 mil pessoas, em 245 Municípios brasileiros, sobre temas, como o uso de medicamentos, acesso aos produtos no Sistema Único de Saúde (SUS), uso racional e a automedicação. O público entrevistado é dividido por gênero, escolaridade e em sete faixas etárias - desde
crianças a idosos. As informações são transmitidas, em tempo real, por tablets, e a previsão é que, em 2014, os dados do inquérito estejam finalizados.

Para o Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Carlos Gadelha, os
resultados da pesquisa vão possibilitar conhecer os hábitos da população e tornar possível o uso racional de medicamentos. Só nos últimos cinco anos, houve quase 60 mil internações por intoxicação medicamentosa. "A pesquisa vai oferecer um diagnóstico sobre a relação da população com o remédio e mostrar o que ainda podemos melhorar. Já aumentamos a oferta de remédios e o orçamento
para a compra de medicamentos subiu quase seis vezes, nos últimos dez anos. Queremos garantir que toda a população saiba que o tratamento está à disposição e como fazê-lo, da forma mais segura possível", afirmou.

Ainda segundo Gadelha, o medicamento é um bem somente se for usado de forma adequada. "Queremos mostrar para as pessoas que a saúde é composta por uma série de bons hábitos, desde uma boa alimentação à prática regular de exercícios. Precisamos evitar que o brasileiro continue com esta ideia de que somente o medicamento é que traz saúde e qualidade de vida. A saúde é um conjunto de ações", destacou o Secretário.

APURAÇÃO - Os 140 entrevistadores estão em campo, desde setembro de 2013, para coletar os dados que estão sendo analisados por professores-pesquisadores de 12 instituições parceiras do Ministério: Universidades Federais do Rio Grande do Sul (UFRGS), Minas Gerais (UFMG), Ceará (UFC), Brasília (UnB), Santa Catarina a (UFSC), Bahia (UFBA), São Paulo (Unifesp), Pelotas
(UFPel) e Campinas (Unicamp), Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

A coordenação dos trabalhos será de responsabilidade das Universidades Federais do Rio Grande do Sul (UFRGS) e de Minas Gerais (UFMG). "É muito importante as Universidades estarem trabalhando junto com o Ministério
da Saúde para a melhoria do Sistema Único de Saúde", disse o Vice-Reitor da UFRGS, Rui Oppermann.

A pesquisa, também, vai revelar como ocorre o acesso a esses produtos no SUS, pelo programa Farmácia Popular e pelas drogarias privadas; se as pessoas
seguem as prescrições médicas e se persistem no tratamento com medicamentos; se há variação no acesso aos produtos, de acordo com as condições sociais, econômicas e demográficas; e a avaliação dos serviços de assistência farmacêutica na atenção básica e uso racional de medicamentos pela população. O levantamento vai contar um investimento de R$ 9,4 milhões e vai mostrar como é a utilização dos medicamentos para as doenças mais comuns e para as crônicas.

ENTREVISTA - A pesquisa será dividida em duas etapas. A primeira será realizada, nos domicílios dos 26 Estados e no Distrito Federal. A segunda parte da PNAUM será a aplicação de questionário nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e nos locais de entrega dos medicamentos nesses serviços. Nesta etapa, secretários de Saúde, coordenadores municipais da Assistência Farmacêutica, responsáveis pela distribuição de medicamentos nas farmácias ligadas ao SUS, médicos e usuários, também, serão entrevistados. O enfoque será o funcionamento dos serviços de assistência farmacêutica.

Fonte: Conselho Federal de Farmácia