Chama-se "bebê medicamento" o bebê concebido com o objetivo de ajudarem a curar doenças de irmãos mais velhos. Nos Estados Unidos esta prática iniciou-se há uma década e também já se registraram nascimentos na Bélgica e em Espanha.

Agora recentemente foi a vez de Portugal autorizar a primeira concepção de um "bebê-medicamento", uma solução "em último caso" que segundo Eurico Reis, do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, é possível "só se não houver outras soluções possíveis".

O Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) autorizou a implementação do embrião com o objetivo de ajudar em um transplante de medula de um casal cuja filha, de 5 anos, sofre de leucemia linfoblástica.

Em causa estão as doenças genéticas graves, como câncer ou paramiloidose, que permitam a transferência de embriões que não possuam os marcadores genéticos da doença.

Embora o procedimento seja legal em Portugal, os especialistas continuam divididos sobre os perigos inerentes, nomeadamente ao nível ético.

Alguns médicos defendem que são necessários mais estudos para compreender melhor o impacto a nível psicológico, não apenas para a criança que recebe o transplante mas (sobretudo pela novidade), para os próprios "bebês-medicamentos", que podem ficar "marcados pelo facto de terem sobrevivido porque eram úteis", como alertou o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, em 2007.

"É fácil arranjar problemas éticos quando nós próprios não somos confrontados com o problema", afirma Michelle Whitaker, a mãe de Adam Nash, o primeiro "bebê-medicamento" do mundo.

E você o que acha ? Concorda com a concepção de "Bebês-medicamentos" ?

Fonte: Pfarma