Pesquisadores de cinco países se uniram para realizar uma tarefa que até hoje é um desafio para a Ciência: a busca por uma vacina para a leishmaniose. Eles ainda não chegaram à vacina, mas encontraram um antígeno no parasita causador da doença que pode se tornar a base para uma vacina para humanos e animais no futuro. A pesquisa foi publicada na Science Translational Medicine.

A leishmaniose é uma doença infecciosa causada pelo protozoário Leishmania. É transmitida pela mosca Lutzomyia, conhecida popularmente por mosquito-palha ou birigui. Existem dois tipos de leishmaniose, a cutânea - que causa lesões na pele e nas vias nasais - e a visceral - que causa febre, fraqueza, anemia e comprometimento de vários órgãos do corpo, podendo levar à morte. Entre as doenças parasitárias, a leishmaniose é a segunda maior causa de morte no mundo, atrás apenas da malária.

Camundongos usados no estudo tiveram a resposta imunológica de proteção ativada quando em contato com o antígeno. Ao mesmo tempo, os pacientes que se recuperam da infecção do parasita geralmente se tornam imunes a uma nova infecção, o que sugere que o desenvolvimento de uma vacina é possível.

Como foi o estudo?

Usando técnicas de estudo das proteínas (proteômica) e de imunologia, Zhirong Mou, da Universidade de Manitoba, no Canadá, e seus colegas, identificaram um antígeno chamado de PEPCK, existente em todas as espécies do protozoário Leishmania. Esse antígeno ativa uma forte resposta das células T, responsáveis por desenvolver a chamada "memória imunológica".

A infecção parasitária em camundongos fez com que células T específicas contra o PEPCK aumentassem no sangue, no baço e nos linfonodos. Também produziu citocinas, moléculas sinalizadoras conhecidas por lutarem contra a infecção da doença. A vacinação com o antígeno teve uma proteção duradoura contra duas espécies de Leishmania em camundongos.

O resultado da pesquisa sugere que o PEPCK pode ser um candidato promissor para o desenvolvimento de uma vacina para essa doença. Experimentos anteriores com vacinas haviam conseguido apenas uma proteção de curto prazo.

Fonte: Farmacêutica Curiosa