A automedicação é uma prática perigosa e comum no Brasil. Alguns estudos indicam que pelo menos 35% dos medicamentos no país são adquiridos sem prescrição médica, e ainda que alguns medicamentos possam ser comprados sem receita médica, isso não significa que não façam mal à saúde. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as reações adversas a medicamentos representam mais de 10% do total das internações em hospitais.

Segundo a OMS, existe o uso racional e o irracional de medicamentos. O uso racional é quando os pacientes "recebem medicamentos adequados às suas necessidades clínicas, e em doses e períodos adequados às particularidades individuais, com baixo custo para eles e sua comunidade", definição esta proferida durante a Conferência de Nairobi, em 1985. Já o uso irracional de medicamentos pode ser determinado por:


  • - Uso abusivo de medicamentos (polimedicação);

  • - Uso inadequado de medicamentos antimicrobianos, frequentemente em doses incorretas ou para infecções não-bacterianas;

  • - Uso excessivo de injetáveis nos casos em que seriam mais adequadas formas farmacêuticas orais;


  • - Prescrição em desacordo com as diretrizes clínicas;

  • - Automedicação inadequada, frequentemente com medicamento que requer prescrição médica.


A partir de pesquisas, também podemos destacar algumas estatísticas sobre esse assunto:


  • -Em todo o mundo, mais de 50% de todos os medicamentos receitados são dispensáveis ou são vendidos de forma inadequada.

  • -Cerca de 1/3 da população mundial tem carência no acesso a medicamentos essenciais.

  • -Em todo mundo, 50% dos pacientes tomam medicamentos de forma incorreta.


Além de riscos de vida, agravar doenças e gerar efeitos colaterais, a automedicação em alguns casos também pode levar à dependência química.

Outro problema grave da automedicação é a interação com outros medicamentos. Isso acontece quando a pessoa já faz uso de um medicamento, e diante de um novo quadro clínico, decide usar por conta própria um outro. O problema reside no fato de que alguns componentes de medicamentos podem reagir com outros, agravando a situação ou gerando um novo problema, que pode ser ainda maior.


A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), com o intuito de promover o aprendizado sobre o assunto, lançou em 2008 os jogos educativos Trilha da Saúde e Memória, disponíveis em seu site.

A situação promovida pelo uso indevido de medicamentos já é um risco de saúde pública em nosso país.


Fontes de conteúdo: Endocrino.org, Brasil Pharma

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