A pandemia do coronavírus tem contagiado milhões de pessoas pelo mundo e a maioria dos países estão em estado de alerta diante do surto. Com isso, muitas pessoas infectadas com o covid-19 não sabem ao certo qual medicamento tomar e podem ser prejudicadas com remédios que pioram a situação ao invés de melhorar. O ibuprofeno pode ser um medicamento inadequado para a doença.


O alerta e as dúvidas sobre quais remédios podem ser prejudiciais a quem está infectado com o coronavírus se deu após uma publicação no twitter do Ministro da Saúde francês, Olivier Véran, sobre o uso de anti-inflamatórios por pacientes diagnosticados com a doença. No Brasil, esses medicamentos são vendidos com diversos nomes.


A postagem feita pelo ministro da saúde francês dizia o seguinte: "Tomar medicamentos anti-inflamatórios (ibuprofeno, cortisona...) pode ser um fator para agravar a infecção. Se tiver febre, tome paracetamol. Se você já estiver tomando medicamentos anti-inflamatórios ou estiver em dúvida, consulte seu médico".

Um estudo publicado no periódico científico The Lancet, no dia 11 de março, diz que pacientes com diabetes, hipertensão e insuficiência cardíaca que faziam uso de anti-inflamatórios não esteroides no tratamento tinham mais risco de desenvolver quadros graves do coronavírus.


A razão para isso é que esses medicamentos aumentam a expressão de enzimas conversoras de angiotensina, com as quais o vírus se liga para infectar o organismo, ou seja, facilitando sua entrada nas células. Além disso, esses tipos de remédios, que também incluem tiazolidinediona (utilizada para tratar a diabetes tipo 2), podem afetar a capacidade de reação do sistema imunológico, afetando a eficiência do tratamento no combate ao coronavírus.

Com isso, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), emitiu nota de esclarecimento, no qual, orienta que esses pacientes sejam acompanhados adequadamente e cada caso seja avaliado, com suspensão da medicação se necessário. Lembrando que a pesquisa ainda é preliminar e ainda não houve manifestação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Em não havendo evidências definitivas a respeito da associação entre o uso desses fármacos e maior risco da doença, a SBC recomenda avaliação individualizada do paciente em relação ao risco cardiovascular da suspensão dos fármacos versus o risco potencial de complicações da doença", esclarece o comunicado.


Fonte: Terra

Imagem: Pixabay