Alguns medicamentos usados para melhorar situações mais comuns como dor de cabeça, gripe e febre, normalmente, estão presentes em diversos lares seja só a cartela de comprimidos ou embalados em suas próprias caixinhas. A bula do remédio muitas das vezes não são lidas, tendo em vista que os fármacos já são conhecidos e usados sem preocupação. Mas, esses hábitos nem sempre são seguros. Por isso, tire suas dúvidas sobre o uso correto e incorreto dos remédios.


Um costume comum de muitos idosos é guardar seus comprimidos em caixinhas de plástico usadas para armazenar separadamente os medicamentos, porém, essa prática não é recomendada. Outro hábito bastante realizado por várias pessoas é o de cortar ao meio o medicamento ou triturar para melhor ingeri-lo, mas, o que muitos não sabem é que esse procedimento só deve ser feito com indicação do médico ou farmacêutico.


Isso porque os revestimentos produzidos pela indústria farmacêutica passam por testes para proteger os ativos das drogas. Quando esses remédios são expostos ao ambiente, estão sujeitos a ter ações do oxigênio, luz e umidade, e podem ter sua eficácia reduzida. Certos comprimidos também possuem liberação lenta no organismo, e o revestimento serve exatamente para que o efeito aconteça no tempo adequado.


Outra situação é a dosagem. O fato de cortar pela metade o comprimido, devido à dificuldade para engolir, fica mais difícil garantir uma dosagem mais efetiva de acordo com o peso e idade da pessoa, pois, o comprimido foi elaborado e testado para ser consumido de forma inteira e não quebrada ou triturada.


Não consigo engolir o comprimido inteiro o que devo fazer?


Em casos de dificuldade para ingerir o medicamento, o ideal é conversar com o médico ou farmacêutico antes de comprar o remédio. Dependendo do fármaco há versões do mesmo em gotas ou líquido, ou então podem ser formulados em farmácias de manipulação.


Posso beber o remédio com leite, chá ou outros líquidos?


O mais recomendado é sempre tomar o remédio com um copo de água, porque o princípio ativo do medicamento pode interagir com componentes encontrados no chá, leite, ou qualquer outro líquido usado que não seja a água. Por isso, é necessário que o paciente tire suas dúvidas com o médico ou farmacêutico antes.


Um exemplo de interferência com certos fármacos são os produtos lácteos como leite, iogurte e queijo que passam por alterações se forem ingeridos com antibióticos como a tetraciclina, doxiclina e ciprofloxacina. Essas drogas podem se ligar ao cálcio do leite, formando uma substância insolúvel no estômago e no intestino delgado superior que o corpo não consegue absorver.


Se tratando dos chás, como por exemplo, o de alho e gengibre se forem feitos muito fortes eles podem modificar a eficácia de anticoagulantes, como a varfarina. O uso de anticoncepcionais com a erva-de-são-joão também pode provocar efeitos indesejados. Consumir muito chá de limão ou capim santo com anti-hipertensivos, eleva o risco de hipotensão.


Posso tomar o medicamento sem água, engolindo com a saliva?


Beber o remédio sem água não é indicado, porque é o líquido que facilita para que o comprimido passe pelo trato gastrointestinal. Sem ingerir água, o remédio pode começar a dissolver na garganta e causar irritação ou até mesmo não fazer efeito. As versões em gota também devem ser ingeridas com água, pois, dessa forma o remédio vai para o intestino e consegue ser absorvido de maneira correta.


Como os remédios devem ser guardados?


O correto é armazenar os medicamentos longe de umidade e calor intenso. O banheiro não é um lugar indicado para guardar remédios porque além da umidade, ficam muito próximos de locais com muita água como a pia, por exemplo. Além disso, é necessário manter fora do alcance de crianças e animais domésticos.


Posso tomar mais de um remédio ao mesmo tempo?


Vários remédios provocam interações medicamentosas entre si, e não só no momento de tomar ao mesmo tempo, mas mesmo quando tomamos um de manhã e outro à noite. O paciente pode não ter o efeito esperado ou até sofrer uma reação por intoxicação. Por isso, é sempre importante relatar todos as drogas usadas no dia a dia, seja em consulta com um médico ou um farmacêutico.


Tem algum problema tomar remédio vencido?


Sim! As datas de validade são marcadas exatamente para garantir que os remédios continuem efetivos e não causem toxicidade. Com o tempo, as substâncias químicas podem degradar, oxidar, e aí, além de não fazer efeito, podem fazer mal.

Posso guardar os remédios fora da cartela?


Caso tenha tirado uma cápsula ou comprimido das cartelas de plástico, chamadas blisters, o medicamento já está mais suscetível às ações do ambiente. Se a ação já foi feita e você não quer jogar fora por ser um remédio caro, o melhor é guardar em um papel laminado e tomar logo, se tratando dos remédios de uso contínuo. Depois de muitos dias fora da embalagem correta, dificilmente terá a eficácia desejada.


Para guardar em caixinhas que separam os medicamentos por dias da semana, a dica é cortar o blister com tesoura, sem interferir na proteção da pílula.


Qual é a melhor maneira de jogar fora os remédios?


Em relação a caixas, blisters, e embalagens vazias, elas podem ser jogadas no lixo normalmente. Já os recipientes que ainda contenham medicamentos, não deve ser descartado no lixo, na privada ou na água corrente da pia.


Isso porque as substâncias químicas agridem o meio ambiente e podem ser tóxicas às pessoas que entrem em contato com aquele material. O certo é levar o conteúdo em drogarias, hospitais ou postos de saúde que recebam e podem encaminhar para uma incineração de forma adequada.


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Fonte: Viva Bem

Imagem: 123RF