A principal função do anticoncepcional é inibir uma gravidez indesejada, além de regular o ciclo menstrual ou até mesmo interromper este período. O medicamento é visto como um método contraceptivo para diversas mulheres, porém, não possui 100% de eficácia e o uso combinado com antibióticos pode reduzir ainda mais.

Os contraceptivos orais são formados pela associação de hormônios, como o estrogênio e a progesterona, em doses reduzidas, que atuam inibindo a ovulação, modificando a superfície uterina e o muco cervical, e dificultando a passagem dos espermatozoides. Na presença de certos antibióticos, as baixas doses hormonais diminuem ainda mais, comprometendo sua eficácia.


Isso porque os antimicrobianos destroem as bactérias intestinais que produzem as enzimas que podem reagir com o estrogênio para sua absorção pela corrente sanguínea e provocam a aceleração do metabolismo hepático que compromete a absorção dos outros hormônios, prejudicando assim a ação contraceptiva.

O estudo


Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, observou por meio de pesquisa que os antibióticos podem reduzir a eficácia da pílula anticoncepcional. Apesar de não terem comprovado qual é a causa e efeito, os pesquisadores perceberam que há uma interação entre as drogas antibacterianas com contraceptivos hormonais.


De acordo com a equipe de pesquisa, estudos anteriores sobre interações entre antibióticos e pílulas anticoncepcionais produziram resultados mistos. Então, para buscar mais clareza os pesquisadores rastrearam relatos de suspeita de efeitos colaterais indesejados de medicamentos, chamados de Yellow Cards, relatados por prestadores de cuidados de saúde e pelo público ao regulador de medicamentos e dispositivos médicos do Reino Unido, o Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency.

O número de gravidezes indesejadas foi analisado em quase 75 mil Yellow Cards para antibióticos em geral. Cerca de 33 mil para medicamentos indutores de enzimas e, por fim, mais de 75 mil para outros tipos de medicamentos. Além disso, houve 46 casos de gravidez indesejada nos relatórios do Yellow Cards para antibióticos, 39 nos relatórios de medicamentos indutores de enzimas, e 6 em relatórios de outros medicamentos.

Comparado com outros medicamentos, as gravidezes indesejadas foram 7 vezes mais comuns em notificações de antibiótico e 13 mais comuns em notificações de medicamentos indutores de enzimas, que incluíam alguns antibióticos.

Já em relação aos riscos absolutos a partir dos dados não foi possível de ser realizado. Dessa forma, o risco varia de mulher para mulher, de acordo com sua constituição fisiológica e circunstâncias.


Contudo, os pesquisadores concordam que se uma mulher está em uso de anticoncepcionais hormonais e antibióticos, ela deve ser aconselhada a adotar medidas contraceptivas extras. Nessa situação, para garantir a proteção e evitar uma gestação não planejada, o uso de camisinhas, tanto masculina quanto feminina, são as melhores opções para manter a vida sexual ativa sem preocupações.

Se você atua na área farmacêutica e gosta de estar sempre atualizado em relação aos medicamentos de maneira geral, mas, deseja se capacitar melhor e crescer profissionalmente, esse é o momento certo para começar sua pós-graduação. Conheça e se matricule na especialização em Farmácia Clínica com Ênfase em Prescrição e Serviços Farmacêuticos, e Gestão Farmacêutica "Dupla Certificação" do Instituto Monte Pascoal. Seja um (a) especialista e faça a diferença no mercado de trabalho.


Fonte: Gineco e Guia da Farmácia
Imagem: Envato Elements